Até te esquecer



Na lareira da sala suas palavras queimam,
suas promessas viraram cinzas, suas fotos
vão sumindo lentamente dos porta retratos,
nada mais esta em seu lugar aqui.
Arranquei o eu te amo do meu discurso,
lavei minhas mãos com minhas lagrimas
de dor, quebrei todos os espelhos que
ainda lhe refletiam ao meu lado, apaguei
a ultima vela acesa.
Cultivei durante dias suas rosas de plástico,
li todos os seus livros idiotas, escrevi cartas
para alguma julieta, para alguém que não
fosse você, alguém que não existe.
Pintei todas as paredes de branco, e escrevi
teu nome, até que minha cabeça esquecesse,
esquecesse seu nome, esquecesse seu rosto,
esquecesse você.
As paredes negras como os meus dias,
minhas musicas sem refrão, minha
lareira se apagou, as velas se apagaram,
a rosas de plástico morreram, a musica
acabou, acabou...



Imagem: Maria Alvelino.