Do pó as cinzas



Deixa teu mundo pra viver no meu,
vem respirar o ar que você me tomou,
retorna pro meu peito frio, faz dele
tua eterna morada, me deixa viver.
Abdiquei de meus dias pelos meus
sonhos acordados, por te sentir
tocar meus pensamentos, como
sua voz tocava minha alma inquieta.
A goteira da sala derrama lagrimas
em meu rosto, me cego nas noites
frias, afim de não ver o que restou
de mim nos espelhos empoeirados.
Nosso amor esta na quinta prateleira,
atrás dos romances que eu nunca
amei, quando a luz voltar, tentarei
colar as paginas que estão na fogueira,
ou continuarei a virar cinzas...




Imagem: Diego Marcatti