Beijos Roubados



A primavera havia acabado, e
com ela todos os nossos beijos roubados.
Nosso amor clandestino, que ardia forte
nas noites frias, saudades eu sinto, quando
as luzes se acenderam eu estava só,
e você mendigando amor para algum estranho.
Saudades eu sinto, quem corria de frente pro
trem desgovernado que era teu amor, que
atropelava quem fosse, e dizia que ali era teu
lugar, meu peito no teu peito, anel no teu dedo.
Quantas vidas terei de viver pra aprender
a desviar deste teu olhar, que cega e suga
meus pensamentos pra dentro dele.
A verdade seja dita, nunca me deixei  levar
pra casa nos dias de chuva, chovia como
nos filmes preto e branco, chovia preto,
chovia escuridão no asfalto, chovia
até dentro do teu salto alto.
Acabou a primavera, e aqui solidão
se fez morada, do silencio dos
teu lábios saem sussurros,
de amor? ao pé do ouvido
do doente, do crente da
vida, vida essa que não
segue sem o teu aval,
então vá, e segue,
Adeus, tchau.