Olhos Vermelhos



Eram duas da manhã e o sono
não lhe convence, a madrugada
dói em silencio profundo, do
escuro que surgem os sussurros,
as palavras que não foram ditas
durante todo o dia, se perdendo
do lábio pra fora pra ninguém ouvir.
A briga havia sido feia, ela saiu
chorando, e ele ficou lá com aquela
cara de bobo que sempre ficava
quando achava que tinha razão,
sua mãe sempre falava, menina
não chora por quem não te ama,
mas pra ela era difícil, por que
ela sim, amava ele.
Pouca coisa sobrara daquela noite,
um pouco de conhaque, um travesseiro
molhado, e umas fotos rasgadas,
que agora estavam espalhadas por
toda a cama, por todo o quarto.
Dessa vez ela limpou as lagrimas
e prometeu nunca mais voltar lá,
não merecia mais aquilo, então
seu telefone tocou, não era ele,
ela sorriu, pelo jeito ela dizia a verdade.