Nossas Brigas.


- Desculpa ! eu te amo !
ela nem se deu ao trabalho de olhar para tras,
como sempre eu tinha começado a briga,
e eu não sei como mas, ela conseguia por a culpa
em mim, e eu acabava aceitando, não por
simplesmente acabar com a discussão, mas por
que ela realmente tinha razão.
Dizer “discutimos” é muito mais bonito,
menos agressivo sabe ? do que dizer “brigar”,
mas muitas vezes ela me dava uns tapas
em meio aos berros e revoltas alheias,
então eu digo “brigamos”, sem olhos
roxos, sem arranhões, mas totalmente
machucados, da forma mais dura da palavra.
Eu corri de novo na direção dela,
agarrei seu braço de forma suave,
e ela se desvencilhou dele, e me
mostrou o dedo do meio, você pode
achar que a briga ainda estava acontecendo,
mas acredite em mim, aquilo era o começo
da pequena trégua, ela baixou a guarda.
Puxei ela rapidamente pra mim, desviou o olhar,
mas eu fiquei ali parado, segurando ela de frente,
ela me olhou nos olhos, aqui nesse ponto lê se
“perdão” dentro dos meus olhos, ela limpou
com a mão as duas ultimas lagrimas de seu rosto,
e disse em alto em bom som, a ponto de me envergonhar,
“EU QUERO SORVETE, AGORA !” – fim da discussão.



Imagem : Jorge Coimbra.