A Morte de Julieta




A lua iluminava a rua de pedra,
era o caminho torturante do meu coração,
todas as noites me perdia ali,
 como um boêmio que encontrava a taverna,
 um louco com seu vício inconsciente.

E lá estava ela, tua amada,
 a perfeição havia se consolidado
 em carne e osso, dos olhos inocentes e pele macia.

Mas lá estava tambem Pàris,
 traindo os labios que me pertenciam,
 tocando a pele arrepiada de frio,
 consumindo todo o perfume até que
 nao se sentisse mais aquele toque seco do meu.

Não sei ao certo se foram lágrimas
 ou ódio que escorreram de meu rosto,
 havia abdicado de uma vida de paixões
desenfreadas pelo meu grande amor,
 que agora nem uma paixão era.

Súbito de ódio, ele pinta o muro de vermelho,
suas lágrimas respingam sobre os corpos gélidos,
as histórias de amor realmente não devem existir,
 são só prefácios para grandes tragédias.